segunda-feira, 7 de outubro de 2013

THE DEVIL AND THE DEEP BLUE SEA - O chato de ficar na turma da marola, no meio da tabela

Em inglês ianque, a expressão “between the Devil and the Deep Blue Sea”, que seria “entre o diabo e o mar azul profundo”, não tem tradução literal para o português – talvez o ideal fosse “entre a cruz e a caldeirinha”. Os norte-americanos usam a expressão para se referir a um dilema no qual o sujeito fica entre dois destinos ruins e indesejáveis. Os britânicos usam "between a rock and a hard place", expressão bem utilizada na música quase homônima dos Stones que posto abaixo. Mas ainda prefiro "the devil and the deep blue sea".



Lembrei desta simpática expressão quando vi alguns dos lances de Flamengo x Vasco e tive a sensação de que o G4 é um sonho distante, bem como o Z4 vai ficando um pesadelo que mal aparece no horizonte. Bom, consta que, pela matéria do Globo Esporte, o Flamengo tem apenas 8% de risco de rebaixamento; e, em contrapartida, tem 3% de chances de emplacar uma vaguinha na Libertadores, competição que tem de ser nosso benchmarking, uma meta de todos os anos (menos deste, ressalto). Em resumo, o Flamengo está entre “the devil and the deep blue sea”, como nesta imortal música de George Harrison que ilustra este post. Se o rebaixamento é algo infernal e que deve permanecer para sempre fora do currículo rubro-negro, também é uma profundeza abissal passarmos estes quase três meses que restam jogando ora aqui e ora ali em busca de uma vaga na Sul-Americana - algo que já deveria ser nosso por direito e gravidade. Fazendo uma comparação a grosso modo, para o Flamengo, disputar vaga na Sul-Americana é como pedir ovo frito para bife a cavalo.
Mas esta conclusão do Globo Esporte é, a meu ver, precipitada. Como sempre, os matemáticos se referem a um momento e parecem contar sempre com as piores hipóteses na hora de calcular as perspectivas dos times neste longo e chato Campeonato Brasileiro (sim, com exceção de 2009, todos os demais Brasileiros de pontos corridos foram chatíssimos); ora, duas vitórias seguidas – feito já alcançado por Jaime de Oliveira – fazem este 3% rapidamente subirem para 30% ou mais.
Evidente que não espero com tanta certeza que um elenco que dispõe de magos da bola quadrada como João Paulo, Wallace e Gabriel possa estar na Champions League. Não é isto. Mas tenho certeza de que Jaime está envidando todos os esforços para que possamos ter um time que é Flamengo por princípios, e não por necessidade ou contrato financeiro.
Estamos, sim, entre uma pedra e um lugar duríssimo (“between a rock and a hard place"), jogando um campeonato já decidido em cima e com duas vagas de rebaixamento ainda em disputa (acredito que o Vasco, na lista de quatro rebaixados, seja o segundo). Em determinado momento, poderá faltar motivação, principalmente depois que atingirmos nossa meta 2013 prevista no balancete, ou seja, os 45 pontos.
Mas Flamengo é isso, como diz George Harrison na letra composta na década de 1920 por algum autor que desconheço:



I forgive you
'Cause I can't forget you
You've got me in between the devil and the
deep blue sea

Curtam a música, pois é belíssima.

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