quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma encruza após a outra

A cena completa é épica: Numa encruzilhada, Willie Brown e o "Karatê Kid" encontram o chefe lá de baixo, com o objetivo de rasgar o pacto. O chefe pega o contrato e afirma um "não é o que está escrito aqui". E então, em questão de segundos, Ralph Macchio escolhe um dos caminhos da encruzilhada e tem um headcut num duelo de guitarra com Jack Butler, mais conhecido como Steve Vai.

O Flamengo de 2013 vem encarando uma encruza a cada dia. Perde uma, ganha outra, mas está encarando. E ontem, sob a batuta do Prof. Jayme, mostrou que não tem medo de desafiar um Steve Vai num headcut. Subiu no palco, slide no dedo, chapéu na cabeça, e mostrou que pode até respeitar, mas que JAMAIS terá medo dos adversários.
O grande mérito de ontem, como disse o Gustavo no facebook, foi ver nossa zaga jogando como homem macho. Bicuda pros lados, porrada da cintura pra cima quando preciso, e muita, mas muita atenção nos movimentos do adversário. Tal qual o personagem de Ralph Macchio, que observava cada nota tocada por Vai para poder criar um movimento semelhante e mais letal.

Não devemos temer, tampouco escolher adversários. Para sermos campeões, temos que passar o rodo em quem parar na nossa frente. Não podemos ter medo de A, B ou C. Essa conversinha fiada de "ah, lá dentro do estádio deles é isso, é aquilo", não pode existir. Ou vamos pra cima, mostrando que o Flamengo está mais vivo do que nunca, ou é melhor jogar o Carioca e tirar a onda que já tiramos com nossos fregueses estaduais.

Quarta será dia de enchermos o Serra Dourada. E na outra quarta...bom, vocês já sabem o que fazer.

Ah, e se quiserem saber como termina o filme, assistam o vídeo até o fim. É uma cena clássica, muito maneira pra que gosta de blues e guitarras sendo esmerilhadas por gênios.

DCF!
Mengão Sempre!
Faith!!!!

1992 E 2013 - HAIL TO THE KING!


Há 21 anos. Mas me lembro como se fosse ontem. Bola quase no meio-campo, com Leovegildo Lins Gama Júnior. Mal tinha acabado de receber. Renato Gaúcho veio em cima com toda fúria. Passou. Fatiou, passou, diria o Capitão Nascimento. Voltou a tentar. Júnior deu mais um drible. Não me lembro até hoje, e me recuso a conferir no videotape, se houve um terceiro drible.  E para ser bem sincero com vocês, não lembro se já tínhamos feito o primeiro gol. De qualquer maneira, tudo que me lembro desta cena foi que imediatamente, ali nas cadeiras azuis (aquelas que davam  claustrofobia, embaixo das arquibancadas), eu pensei: vamos ganhar.
Era o aniversário de Léo Moura. Com uns 20 minutos de jogo, deu um lençol na lateral. Mais à frente, deu outro, no meio-campo. E 1992 veio de novo, inteiro, não com o Maestro Júnior, mas com este Léo que volta e meia chamamos de Léo Morto, que insiste, não desiste, nos irrita, quer continuar mesmo com todos achando que não dá. Mas ele recusa o destino – e aí neste gesto talvez resida a sua Essência rubro-negra, algo que poucos jogadores têm.
Quando vi o não-ungido narrador do SporTV (que, diga-se, estava ao lado de Lédio Carmona, melhor comentarista de futebol do Brasil em TV) dizer que “Jaime não foi nenhum craque” eu me lembrei de Júnior e de Léo Moura – curiosamente. Afinal, Júnior é fora-de-série, Léo é craque sim, e Jaime é realmente aquilo que o narrador disse. Mas aos idiotas da objetividade falta a capacidade de enxergar espíritos. Os três não têm em comum serem craques – e é claro que não. Os três têm em comum o fato de nos induzirem ao Ser Flamengo,
Não estou alimentando ilusões, de modo algum: não estou dizendo que vamos ganhar a Copa do Brasil por causa do Jaime, e seria extremamente injusto cobrar isso dele.  Mas defendo que existe um Leviatã rubro-negro, um gigante que organiza a sociedade futebolística e contém a “guerra de todos contra todos” prevista por Thomas Hobbes. Este Leviatã é formado basicamente pela ESSÊNCIA DO SER FLAMENGO que habita a Gávea hoje, e que independe de resultados ou títulos, mera coleção de figurinhas (Muhlemberg, Arthur, 2002).
A torcida gigantesca, a liderança flamenga do Jaime e a liderança em campo de Léo Moura, sua obstinação solitária pelo Flamengo em meio a um exército de legionários estrangeiros (vamos dizer que Hernane está quase se naturalizando, bem como a dupla Chicão e Wallace), todos estes ingredientes compõe a essência rubro-negra. O resultado é este Leviatã, este soberano absoluto, sobre o qual todos debatem, discutem, em torno do qual a História se repete, mas não como tragédia ou farsa, e sim como cumprimento do que está escrito. Como crítica aos monarcas de antanho,  ponderava-se que o poder do Leviatã não tem origem da Divindade, e sim de um pacto social, de uma necessidade do Poder supremo e regulador – tal como prescreveu Hobbes. A Essência Rubro-Negra é isto. O choro de Jaime e seu neto, como vimos no SporTV, contra o eterno choro da arcoirizada – que ontem, curiosamente, não foi solidária ao Botafogo. De qualquer maneira, o Flamengo, no entanto, os une. Não há guerra de todos contra todos.  
O que importa realmente é que basta Ser Flamengo para Ser Grande.  Ganhando, perdendo, empatando, jogando bem ou mal, se formos FLAMENGO, seremos automaticamente este Leviatã que predomina, que tem poder absoluto. E isto de vermos tanta semelhança entre o drible triplo de Leovegildo Júnior e os dois lençóis de Léo Moura,  em dois dias em que trucidamos o Alvinegro do Humaitá, se trata de vislumbrar por segundos o Leviatã.  E gritar HAIL TO THE KING!
Sou Flamengo, pergunte-me como.





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

FLAMENGO, O CAÇADOR




Nesta quarta-feira de um ano esquecível, a gigantesca, única e absoluta Nação Flamengo tem esta missão de vencer o Botafogo e seguir adiante em uma Copa do Brasil na qual, pelo jeito, poucos estão levando fé – ainda que tenhamos pela frente Vasco ou Goiás, dois elencos dos quais o melhor jogador entre os 22 titulares é um gordinho goleador. É claro que a maioria de nós rubro-negros entende que a meta prioritária é, sim, o título de Único Carioca a Jamais ter Jogada na Segunda Divisão, que estamos mantendo desde que Deus sobrou o barro e dele fez o Homem. E muitos reclamam que o time deveria priorizar isto e esquecer a Copa do Brasil. A nossa obstinação em ter um final de ano sem sustos é 100 por cento válida, e com certeza eu estaria entre os que defendem uma saída rápida e honrosa da Copa do Brasil caso do outro lado estivesse um Baraúnas ou ASA de Arapiraca, por exemplo. Mas o adversário é o Botafogo. E com estes o Flamengo tem uma relação de fornecedor – sim, é no Flamengo que o Botafogo vai buscar sua marca mais forte, que é o Choro. É com o Flamengo que o Botafogo costuma exercer seu papel mais legítimo e inerente ao seu Ser, que é o de estar em terceiro plano. O Botafogo depende do Flamengo tal e qual o Frajola depende daquele cachorro que sempre o espanca. Tal e qual os romanos se viciaram em Obelix, os alvinegros de General Severiano têm essa relação apaixonada, e não podem passar um ano sem perder um jogo decisivo, sem causar lágrimas em todos os passageiros da Kombi que levará de volta para casa a torcida do Foguinho.
Nestes momentos é que procuro entender o motivo do Flamengo ter este protagonismo no futebol mundial a ponto de gerar tanto ódio dos não-ungidos (a ponto de eu já ter ouvido gente dizendo que prefere ver o Flamengo cair a ver seu próprio time campeão – engraçado é que isto nunca foi uma escolha). E busco inspiração nas palavras de Pete Townshend, do The Who, quando escreveu o monumental clássico The Seeker (que, por sinal, faz parte da trilha sonora do jogo Grand Theft Auto 4).

“People tend to hate me
'Cause I never smile
As I ransack their homes
They want to shake my hand”
(Pessoas tendem a me detester porque eu nunca sorrio enquanto saqueio minhas casas. E eles querem apertar minha mão)

Em outra estrofe, eles bradam: they call me “the seeker”, algo como “eles me chamam O Caçador”. Esta vocação para ser predador, para saquear casas e destruir acampamentos clandestinos, é que faz do Flamengo uma espécie de time de bárbaros sem latinidade, um exército que se desloca aos urros em busca de sangue e vísceras. Às vezes, sangue e vísceras de seus próprios soldados.
Por isto tudo, meus amigos, é que acredito ser o mais natural, sim, que o Flamengo dê seu sangue na noite desta quarta-feira e cumpra seu destino de predador e saqueador máximo. Sim, o Mengão é THE SEEKER.
Fé no som!


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Prisioneiro do coração

Urge a necessidade de sonhar. Em um campeonato nivelado por baixo, como digo e repito toda hora, não dá pra ficar na marola de "faltam 6". Nossa onda deve ser a de olhar pra cima, sempre. Adotar a corrente Muhlemberguiana do pensamento doutrinador e cheio de marra, e correr pra uma sorte melhor, à nossa altura.
Acredito que o último lance do jogo decretou nossa sorte em 2013. Se fosse gol do Bahia, eu já estaria aqui acendendo vela pra tudo que é Santo. Como Felipe fez uma defesaça, acredito que o perrengue ficou pra trás. Vamos perder mais uma ou outra, mas larguem dessa parada de contar de cima pra baixo.

Ser Flamengo é isso. Prisioneiros e culpados por esse amor que beira a bipolaridade, mas que é absolutamente sincero e fiel.

Não posso deixar, naturalmente, de continuar agradecendo à maior torcida do país - a torcida dos antis - por perderem horas, dias, semanas das suas vidas torcendo contra.

FAITH!!!!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Light our fire, Flamengo!!!

O combinado do blog, quando convidado pelo Gustavo, era de não falar do jogo, não usar linhas dizendo "O Léo Moura arrebentou" ou "De que tanto ri o André Santos".

Mas falar que o Flamengo de hoje teve alma não é falar do jogo. Mas de um estado de espírito até então - leia-se o então como até a saída do mermão - ausente. Jogadores mortos, sem vontade, que só iam na onda da torcida.

Hoje enxergo uma diferença. E com a cara do Jayme. Um time que tem sérias limitações, com problemas no preparo físico, mas que se impõe com vontade, com a mística, e que mantém acesa a chama necessária para brigarmos na primeira página da tabela.

Você aí, que desistiu antes do tempo, aviso: Light your fire, ou desce do bonde. Não há lugar para os fracos.

FAITH!!!!

You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, you couldn't get much higher
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire

The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire

Tá afim? Corre atrás!!!

Como bem disse o Gustavo no post anterior, é exatamente nestas horas de "time jogando direitinho" que a Lei de Murphy entra em campo, e o que é pra dar errado, DÁ errado.

A cada segundo que passa desse horroroso Brasileirão, com peladas bizarras incomodando nossas vistas em diversas tardes e noites da semana (e ainda entram em campo também os geniais comentaristas e narradores regionais), me convenço que um esforcinho aqui, outro ali, e arrumamos uma vaga na Libertadores.

Sim, why not? Basta olhar a tabela e verificar que o quinto colocado (e não o sexto, como cita o fb parceiro Daniel Bonn) corre risco de rebaixamento . Sete pontos separam as galinhas mineiras dos filhotes das bigodudas. Sete. 2 vitórias e 2 empates, e pronto. E não me venham dizer que isso é impossível, ainda mais com a bola murcha que todos estão jogando.


Portanto, Flamengo, contrarie este classico dos Stones, e get what you want. Mas GET de verdade, sem firulas, sem o tradicional mequetrefismo que - volta e meia - fica ali na porta do vestiário.

Ou, ao menos, vençam uns joguinhos no Maracanã, arranquem uns pontos fora de casa, pra que imprensa e conselheiros marrons sumam do cenário e tenhamos um fim de ano sossegado, sem sustos.

Escolha rápido, Flamengo: Get ou Can´t get?

FAITH!!!!

*Texto dedicado à minha prima Marilda, rubro-negra de carteirinha, fechada com o certo, bem vestida e aniversariante do dia. Que nossos jogadores a presenteiem com 3 pontos.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

I TAKE WHAT I WANT - SOU FLAMENGO



O Flamengo encara nesta quinta-feira (10/10) o Inter de Porto Alegre em um daqueles jogos em que tudo parece estar contra: o time ainda não perdeu com o Jaime, está em ascensão na tabela, começa a respirar aliviado. Pronto: este é o clima perfeito para um desastre, o bom ambiente. Reportagens começaram a pipocar aqui e ali dando conta de um certo clima de “incerteza” na Gávea – como se o Flamengo dos nossos dias fosse uma espécie de empresa imune às oscilações de mercado, capaz de atravessar sem turbulências o período posterior a uma das maiores jogadas de toalha da história do futebol brasileiro – e que me desculpe o Mano. Ora, este joguinho bobo de dizer que “Pelaipe não está garantido” para o ano que vem é quase tão redundante quanto alguém me dizer para eu guardar dinheiro pro IPTU de começo de 2014. Claro que Pelaipe e nem ninguém está garantido, claro que na vida nós não estamos garantidos, e que primeiro precisamos atravessar etapas antes de tomarmos decisões. Trata-se de Foco.
Infelizmente, nossa mídia precisa do Conflito, da Instabilidade, e da Moça Mordendo o Cachorro. Aquilo que em qualquer empresa é rotineiro (análise de desempenho, troca de equipes, mudança) no Flamengo ganha as proporções de um Mar Vermelho que se recusou a abrir diante do cajado de Moisés.
O vice de futebol Wallim Vasconcellos, consciente da importância da Cauda Longa, deu esclarecedora entrevista ao Falando de Flamengocolocando panos mornos em cima de tudo.
Mas independentemente de toda essa lenga-lenga, mesmo sabendo que o Colorado entra como favorito, o Mengão precisa ter a postura deste antigo blues gravado pelo irlandês Rory Gallagher: ARREBATAR O QUE DESEJA. Vai lá e toma. Ora, é sabido que a torcida estará presente, e neste novo Maracanã estamos finalmente realizando o velho sonho da Reciprocidade de Libertadores: com a torcida bem mais próxima, urraremos no ouvido dos adversários com a fúria presente em um Defensores del Chaco. Ouso até dizer que em um estádio de modelo paraguaio quem tende a se beneficiar é o Botafogo, que caminha cada vez mais para garantir um honroso quarto lugar.
Sim, esqueçam esses blábláblás e lembrem que Pelaipe não entra em campo. Quem entra em campo é a gente e mais onze caras de camisa e calção que têm a função de ficar chutando a bola – função que, no Flamengo, é de importância secundária. Afinal, todos aqui concordamos que futebol é um troço chato pra cacete, e que nós gostamos mesmo é do Flamengo.




Well, I take what I want,
I'm a bad go-getter, yeah, that`s what I am.
I never lose and I ain't no quitter yet,
'Cos I take what I want, and baby, I want you.

Well, I've been watching you walk by,
And I have not said a word, not one word.
But now I'm out to get you, baby,
And I'm gonna make you my girl, my loving girl.
'Cos I take what I want and baby I want you.

Gonna pick you up now baby,
And carry you away.
So you`d better pack up now baby,
Pack it up today.
Well here I am, I'm just a big bad man.
When I walk away baby,
You'll be holding my hand.

I take what I want,
Well, I'm a bad go-getter, yeah.
Yeah.
I never lose and I ain't no quitter yet.
'Cos I take what I want,
And baby, I want you.
Owww...all right...

Gonna pick you up now baby,
And carry you away. (yes I am)
So you'd better pack up now baby.
Pack it up today.
Well, here I am, I'm just a big bad man.
When I walk away baby,
You'll be holding my hand.

I take what I want,
Well, I'm a bad go-getter yeah.
I never lose and I ain't no quitter yet,
'Cos I take what I want,
And baby, I want you.

Owww....

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

THE DEVIL AND THE DEEP BLUE SEA - O chato de ficar na turma da marola, no meio da tabela

Em inglês ianque, a expressão “between the Devil and the Deep Blue Sea”, que seria “entre o diabo e o mar azul profundo”, não tem tradução literal para o português – talvez o ideal fosse “entre a cruz e a caldeirinha”. Os norte-americanos usam a expressão para se referir a um dilema no qual o sujeito fica entre dois destinos ruins e indesejáveis. Os britânicos usam "between a rock and a hard place", expressão bem utilizada na música quase homônima dos Stones que posto abaixo. Mas ainda prefiro "the devil and the deep blue sea".



Lembrei desta simpática expressão quando vi alguns dos lances de Flamengo x Vasco e tive a sensação de que o G4 é um sonho distante, bem como o Z4 vai ficando um pesadelo que mal aparece no horizonte. Bom, consta que, pela matéria do Globo Esporte, o Flamengo tem apenas 8% de risco de rebaixamento; e, em contrapartida, tem 3% de chances de emplacar uma vaguinha na Libertadores, competição que tem de ser nosso benchmarking, uma meta de todos os anos (menos deste, ressalto). Em resumo, o Flamengo está entre “the devil and the deep blue sea”, como nesta imortal música de George Harrison que ilustra este post. Se o rebaixamento é algo infernal e que deve permanecer para sempre fora do currículo rubro-negro, também é uma profundeza abissal passarmos estes quase três meses que restam jogando ora aqui e ora ali em busca de uma vaga na Sul-Americana - algo que já deveria ser nosso por direito e gravidade. Fazendo uma comparação a grosso modo, para o Flamengo, disputar vaga na Sul-Americana é como pedir ovo frito para bife a cavalo.
Mas esta conclusão do Globo Esporte é, a meu ver, precipitada. Como sempre, os matemáticos se referem a um momento e parecem contar sempre com as piores hipóteses na hora de calcular as perspectivas dos times neste longo e chato Campeonato Brasileiro (sim, com exceção de 2009, todos os demais Brasileiros de pontos corridos foram chatíssimos); ora, duas vitórias seguidas – feito já alcançado por Jaime de Oliveira – fazem este 3% rapidamente subirem para 30% ou mais.
Evidente que não espero com tanta certeza que um elenco que dispõe de magos da bola quadrada como João Paulo, Wallace e Gabriel possa estar na Champions League. Não é isto. Mas tenho certeza de que Jaime está envidando todos os esforços para que possamos ter um time que é Flamengo por princípios, e não por necessidade ou contrato financeiro.
Estamos, sim, entre uma pedra e um lugar duríssimo (“between a rock and a hard place"), jogando um campeonato já decidido em cima e com duas vagas de rebaixamento ainda em disputa (acredito que o Vasco, na lista de quatro rebaixados, seja o segundo). Em determinado momento, poderá faltar motivação, principalmente depois que atingirmos nossa meta 2013 prevista no balancete, ou seja, os 45 pontos.
Mas Flamengo é isso, como diz George Harrison na letra composta na década de 1920 por algum autor que desconheço:



I forgive you
'Cause I can't forget you
You've got me in between the devil and the
deep blue sea

Curtam a música, pois é belíssima.

domingo, 6 de outubro de 2013

A verdade absoluta

No dia em que o Flamengo deveria - e será - o protagonista do quadro dos grandes campeões brasileiros, exibido pelo EE, uma penca de jornalistas mal amados, melindrados e mais alguns adjetivos elogiosos resolveu que o famoso time, à época capitaneado pelo também não menos recalcado leão - deveria aparecer na reportagem. Ou ter alguns minutos de atenção, entre uma matéria de paraquedismo e outra de ginástica rítmica.

Enfim, para estes supracitados, para os baluartes do jornalismo esportivo #sqn, e para toda torcida do tricolor pernambucano (amarelo, preto e vermelho), fica aqui meu recado.


P.S.: A diferença de A para B. A teve 6 títulos nacionais, TODOS da Primeira Divisão. Já B...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Vai encarar?

Encarar clássicos é sempre uma encrenca. Ainda mais quando temos nas costas 2 amistosos com vitórias. É público e notório que, exatamente nestas horas, o Flamengo resolve nos sacanear.

Então, professor Jayme, mostre a receita que a torcida espera: um time organizado, que faça a bola correr de um lado pro outro, com calma.
E, claro, um bonde bolado e frenético.

Que atropele as bigodudas como um trem desgovernado.

A torcida está aí, pronta pra apoiar. Só falta a parte de vocês.

Bora atropelar.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Fracos, demitam-se!

É público, notório, fato e pontual que o Flamengo adora brincar de balança.

Mesmo em 2009, para os que tem boa memória, vimos umas paradas meio sinistras. Duas goleadas no Sul do país, uns empates escrotos no Maraca, e mesmo assim chegamos junto.

O Flamengo de 2013 não poderia ser diferente. Depois de anos sendo violentado, sodomizado e roubado por vários, todos sabíamos que meia dúzia de 6 administradores de grandes contas não resolveriam nosso caos. E, é claro, nada será resolvido da noite pro dia.

Então, vieram resultados estranhos, contratações estapafúrdias, e uma insegurança de alguns muitos (inclusive eu). Mas o Flamengo é o de sempre: ganhamos de 4 num domingo, e na quarta-feira empatamos com um botafogo da vida. Sempre na gangorra.

Ontem mesmo, eu estava meio tenso. Afinal, moro em Curitiba, e descobri que o Flamengo é muito importante para as torcidas daqui. É um ódio estranho, pois visitamos a cidade conforme o número de times na primeira divisão, e volta e meia tomamos um sacode (não obstante eles adorem visitar o Rio pra tomar banho no mar e conhecer o Maracanã).

Abrem-se parentesis: (torcedores e imprensa da cidade pregam que "Flamengo não ganha aqui há 15 anos", mas esquecem que o Coxa andou pela segundona algumas vezes, e que, mesmo com essa "freguesia", eles foram INCAPAZES de reverter as estatísticas. Sim, o Flamengo tem 16 vitórias contra 12, 52 gols a favor contra 44). Ou seja, freguesia is my left egg.

Voltando, é inerente ao Flamengo renascer das cinzas sem sequer ter parado na UTI.
Mesmo na cabeça dos oposicionistas juramentados, aquele povinho que não tem mais o que fazer da vida a não ser passar o dia nos corredores brincando de DIVA (Departamento de Informações da Vida Alheia), paira essa certeza: Que por mais errados que estejam os atuais dirigentes, pra nos derrubar não basta uma manada. Não basta uma crise.

Pois nós, rubro-negros, não temos começo nem fim.

Que venha o vasco.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

COME ON COXA, LET THE GOOD TIMES ROLL




Estive falando alhures que não gostaria de participar de um blog que incluísse cobertura de jogos em seu escopo – por não acreditar que esta seja a atividade mais interessante para um web log. Por isso, corro o risco de me contradizer quando, terminado o embate entre o Mengão Cósmico e o CodoMundo (Ritiba, como vocês sabem, é “do mundo” em tupi-guarani), venho bater nas teclas do computador.
Claro que este é um conceito meu e que é possível um blog fazer, sim, boas coberturas – embora eu acredite que a função essencial se divide entre o achaque aos adversários e a exaltação aos valores mais essenciais do Rubro-Negrismo. Função cumprida muito bem pela maioria dos nossos blogueiros. E, longe de achaques – afinal, não conheço absolutamente ninguém em canto algum do mundo que torça pelo Coritiba – quero me deter na exaltação aos valores flamengais mais profundos.
Sim, quero me deter no Ambiente de negociação que se criou com a chegada do Jaime, nosso zagueiraço, cujas raízes da árvore genealógica estão encravadas na Gávea de forma a não serem mais arrancadas. Diretoria: se um dia Jaime tiver de sair do cargo de técnico, não podem usar a palavra “DEMITIDO”. Digam que ele mudou de repartição e pronto. Nunca “DEMITIDO”.
Não vi nada de mais técnica ou taticamente, continuo achando nossos jogadores perebas dignos de preencher um álbum de figurinhas inteiro só de pernas-de-pau, mas o fato é que com Jaime nós “DEIXAMOS OS BONS TEMPOS ROLAREM”, ou seja, começamos a ser o que NINGUÉM mais pode ser: FLAMENGO ATÉ A ALMA.
Vejam a letra de COME ON (LET THE GOOD TIMES ROLL), por exemplo:

Our love is nice if its understood/
It's even nicer when your feelin' good

Sim, nosso amor de rubro-negro é melhor se é compreendido, se entendido em sua essência. E é ainda melhor se estamos nos sentindo bem. E não tem como não se sentir bem depois de mandar o Coritiba e todo seu estoque de “leitequênte” para o quinto dos infernos.


Bastou deixar os bons tempos rolarem. Obrigado, Jaime e Cantarele. Obrigado, Zicão. RUMO AO G4, PORRA!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Longa e árdua caminhada

Clássicos do rock tem uma característica em comum: em algum momento, em algum minuto, você ou algum amigo seu vai dizer o clichê "isso aí já aconteceu comigo", e em segundos, determinar que música tal é a música da sua vida.



A pedrada sonora do AC DC poderia, em várias estrofes, servir de exemplo pra diretoria do Flamengo. Se você tiver um tempinho, experimente jogar no tradutor do google e verá o tamanho da semelhança do "sendo roubado", "sendo apedrejado" com o atual cenário rubro-negro.

Porém, não se deve acreditar que são todos e tudo contra os azuis. Not at all. Há de se usar o título da música para entender que a diretoria DEVE prestar atenção nos erros, nos desvios de rota, e aprender que é bom ouvir opiniões, que é bom consultar uma ou outra pessoa desse caldeirão que é o clube.

Hoje refleti um bocado com uma troca de e-mails num grupo. Li muito sobre política, politicagem, isolamento perante o mundo para, no final, ter a discussão encerrada com um ensinamento que - creio eu - todos já ouvimos ao menos uma vez na vida, mas que dificilmente usamos: "Existem 3 maneiras de se aprender e nunca mais esquecer, com vendo, ouvindo e na marra, tomando porrada pra aprender".

É um longo caminho, Flamengo. E usar o "my way or the highway" um terreno muito perigoso. Que tal um pouco de humildade e canja de galinha pra retomar o percurso?




WORKING ON A DREAM


Sim, Flamengo. Às vezes parece que está tão longe. Mas não deixe de trabalhar por um sonho. 


Working on a dream

Out here the nights are long, the days are lonely
I think of you and i'm working on a dream
I'm working on a dream

Now the cards i've drawn's a rough hand, darling
I straighten the back and i'm working on a dream
I'm working on a dream

Come on!

I'm working on a dream
Though sometimes it feels so far away
I'm working on a dream
And i know it will be mine someday

Rain pourin' down, i swing my hammer
My hands are rough from working on a dream
I'm working on a dream

Let's go!

I'm working on a dream
Though trouble can feel like it's here to stay
I'm working on a dream
Well our love will chase trouble away

Alright!

[whistling interlude]
That's professional whistling right there!

I'm working on a dream
Though it can feel so far away
I'm working on a dream
Our love will make it real someday

The sun rise up, i climb the ladder
The new day breaks and i'm working on a dream
I'm working on a dream
I'm working on a dream
I'm working on a dream

Hey!

I'm working on a dream
Though it can feel so far away
I'm working on a dream
Our love will make it real someday
I'm working on a dream
Though it can feel so far away
I'm working on a dream
And our love will make it real someday